domingo, 28 de novembro de 2010


A.
Eu odeio esse seu jeito estúpido de me olhar, odeio o jeito como eu gosto desse jeito estúpido que você me olha. Eu odeio esse jeito com que você me toca, odeio o jeito como eu sinto o seu toque. Eu odeio esse seu jeito idiota de ser. Odeio a cor dos seus olhos e a intensidade com que eles brilham na luz. Odeio o seu cabelo, e o fato de odiar te ver de boné. Eu odeio tanto você. Odeio você por me fazer te odiar. Odeio quando você me irrita e quando nega qualquer coisa. Odeio quando você sorri, e me olha sorrindo. Odeio quando você apenas me olha. Odeio o seu abraço, e odeio ter que me soltar de você. Odeio você tanto que chega a doer. Chega a cutucar. Eu odeio, odeio como você faz cada traço desse odio parecer amor. Odeio ter você na minha vida, mais não consigo imaginar ela sem você. Sem esse seu jeito estúpido de me olhar, ou a cor dos seus olhos brilhando quando você me olha. Sem esse seu sorriso ou sem esse seu cabelo que você quase nunca mostra. Eu te odeio, cara. Eu te odeio. Mas por favor, não me deixe nunca te abandonar. Não me deixe ir embora. Não vá. Nunca se vá. Faça durar mais alguns anos, alguns meses ou alguns dias. Mais não deixe acabar. Não saia da minha vida assim.
S.