segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A.
Essa é a última carta, a segunda e última carta. Também, eu só tenho mais uma coisa pra falar. Eu não vou falar mal, brigar com você ou mandar você ir pro quinto dos infernos ( mesmo não sendo má idéia ), eu não quero falar sobre você. Eu quero falar de mim, em como eu me sinto, em como eu me sentia. Sei que já falamos que era o fim um milhão de vezes, mais dessa vez, decidi por um ponto final em toda história que eu imaginei por todos esses anos. Estou me sentindo cansada e mesmo que seja difícil, mesmo que machuque e que eu lembre de você todas as noites quando eu me deitar eu quero que saiba que dessa vez acabou. Joguei fora todos os nossos beijos e decidi de uma vez por todas parar de alimentar uma coisa que não teria futuro. Na verdade, só estou escrevendo pra que você saiba que eu nunca vou esquecer os nossos momentos e que mesmo você sendo um patético, idiota, infantil e cachorro eu gostei de você. Como nunca gostei de ninguém antes. E eu espero de verdade que você encontre alguém; alguém maduro o suficiente pra fazer você virar o homem que um dia poderá ser.
Beijos, S.

domingo, 22 de agosto de 2010



A.
Hoje eu chorei por você. Pra falar a verdade, estou chorando por você agora. Não sei muito bem porque, mais todas as lembranças mais fúteis que eu tenho sobre você me vieram a cabeça agora e um sentimento de saudade e arrependimento me tocaram profundamente. Arrependimento de nunca ter dado valor o suficiente quando você me deu chances pra isso e saudade, do tempo em que eu não precisava ouvir sua voz ou ver a janelinha do MSN piscando pra sentir meus dias completos de novo. Saudade do tempo que seu olhar não causava efeito nenhum em mim e seu toque já na fazia mais diferença alguma na forma com que eu enxergava o mundo. Saudade do tempo em que eu tinha falta de sentir sua falta; do tempo em que a única coisa que eu queria era que você ficasse longe e já não importava mais se você ligava ou não. O tempo que todas as coisas que eu via ou ouvia já não importavam e que sua vida já não me interessava nem um pouco.  Saudade do tempo em que eu não lutava pra tentar não pensar em você e que já não me interessava ouvir seu nome. Eu sinto sua falta, mesmo tentando não sentir nada. Não é fácil quando as pessoas falam do que mais dói ouvir. Saudade do tempo em que sua vida já não fazia diferença nenhuma pra mim.
Beijos e saudades, S.
D.
A algumas semanas atrás acordei disposta a esquecer você,  apaguei do meu dia a dia tudo aquilo me fazia lembrar de todos aqueles momentos. Eu estava indo bem, até agora. Tinha me esquecido que não poderia apagar a pessoa que mais me lembrava você, por mais que eu queira, não conseguiria. Não posso apagar todas as pessoas com quem convivo maior parte dos meus dias, porque de alguma maneira, mesmo quando as vir de longe, as lembranças vão voltar como um jato; todas aquelas lembranças que eu luto pra apagar vão passar repetidas vezes pela minha cabeça. Vai ser sempre assim, eu vou lutar pra esquecer e no outro dia quando acordar de manhã ela vai estar lá, com seu cheiro, suas histórias, seus pedaços e as minhas lembranças. Obrigada por ter feito parte da minha vida de alguma maneira, mais estou colocando nesse envelope toda a alegria que se multiplicou em um grande nada que você me fez sentir; todas as suas promessas e toda a certeza que eu devia ter tido de nunca poder esperar nada de você.
Com ressentimentos, S.