quarta-feira, 27 de outubro de 2010


J.
E agora? Que nome eu dou a esse enorme vazio que arde toda vez que penso em você? Ah, a saudade. Quem dera ela também pudesse me entender, me aconselhar e me xingar. Minha conselheira, amiga, irmã. Como eu queria estar com você agora, pra sentir você me abraçar e falar com a sua voz doce que sentiu tanto a minha falta. Eu também sinto a sua, todos os dias. Ah, como eu queria deitar no travesseiro e ver seu rosto de dor enquanto vê minhas lágrimas caírem sem ao menos poder secá-las. A mesma dor que eu sinto ao ver as suas. Ah, saudade daquele tempo em que corríamos despreocupadas pelo terreiro e brincávamos no balancinho a tarde toda sem nenhuma dor no coração. Você me viu crescer, eu te vi crescer. Compartilhamos nossas mudanças e nos entendemos de uma maneira que só duas pessoas com a mesma alma conseguiria. Com a mesma alma inocente de criança, com todos os seus medos e segredos escondidos. Segredos nunca revelados. Como eu queria poder te abraçar e te ver crescer mais a cada dia. Te ajudar com os seus problemas e não só te dar conselhos ou um bom ouvido amigo quando você precisar. Como eu queria um pouco mais do seu ombro amigo; da sua voz me dizendo boa noite e da sua cara de brava quando alguém te irrita. Um pouco mais de você. Ah, saudade. Eu te amo tanto e preciso tanto de você. Ah, saudade. Eu queria tanto ir te ver, te ver mudar, crescer, evoluir e alcançar tudo aquilo que você sonhar. Queria poder secar, e te ver secar, as lágrimas que nós mesmas nos causamos. Dividir a dor e sorrir. Sorrir com aquela inocência de criança perdida em algum caminho pelo tempo. Ser feliz. Como eu queria ir te ver e crescer com você.
Saudades, S.

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