terça-feira, 26 de outubro de 2010


S.
A algum tempo venho me perguntando o que me faz feliz, sinceramente, essa pergunta vem me calando à dias. Pensei em coisas que me fazem feliz, músicas, amigos, família. Sim, me fazem feliz. Mais a pergunta agora é: feliz o suficiente? Quando somos felizes o suficiente? Precisamos ser felizes pra nos sentir completos? Acredito que sim, porque sinto constantemente que me falta algo. Egoísta, hipócrita, sem noção. Sim, eu sei. Todos os dias sinto que me falta um pedaço, alguma coisa que eu perdi ou alguma coisa que só agora me fez falta. A vida é sempre assim? Todos os dias, todos os anos? Vivemos sempre buscando respostas pra incansavéis perguntas das quais não vamos parar de fazer? E se as perguntas não tiverem respostas?
Estou me sentindo perdida. Tenho pensado nos meus sonhos, viajar pelo mundo, conquistar tudo o que quis e ter todos os tipos de expêriencias. E se eu não realizar os meus sonhos? Só o que vivi valeria pra ir embora podendo dizer que fui feliz e que a vida valeu a pena? A vida, estranho labirinto no qual agora me sinto totalmente perdida. Eu não sei porque, mais venho sentindo que não viverei muito. É estranho, acho que todo mundo sente isso. Se eu viver, serei uma grande velhinha contadora de histórias. Aí sim, ao encontrar a saída desse grande labirinto eu poderei dizer: " Eu fui feliz e valeu a pena viver! " Sim, estou sendo egoísta.
Mas não faz sentido algum, a vida não faz sentido algum. São tantas pedras que encontramos pelo caminho, tantas decepções e tanta dor. Os poucos momentos em que somos felizes são suficientes pra curar as feridas e apagar as memórias tristes que temos?
O tempo, ele virá mesmo tirar toda essa dor e todo esse sentimento de culpa e perda do meu coração? Mais uma pergunta sem resposta, mais uma decepção, uma dor, um machucado, um sorriso e um momento. Uma música, uma dose, um papel e um violão. Outro momento, com outra canção, mais uma dose e mais uma dor no coração.
 
Confusa, S.

sábado, 25 de setembro de 2010



L. 

Chega um momento em que todas as paredes ao seu redor começam a desmoronar, uma a uma, te dando tempo e o trabalho de construí-las de novo antes que outra parede, ou esta, caia de novo. Mais e se todas as paredes ao seu redor começassem a desabar de uma vez? O que faríamos? Chamaríamos os amigos, pra nos ajudar a reconstruir tudo e reforçar ainda mais nossa base, porque os amigos são isso, eles nos ajudam quando nós precisamos e estão sempre dispostos a ajudar. E você estava lá quando eu precisei de ajuda, e agora eu estou aqui, porque você precisa de ajuda; e saiba: eu não vou sair, nem que 1milhão de pessoas derrubem as paredes que construímos juntas. Não vai ser mais uma comparação inútil sobre os problemas que temos que vão te fazer entender o quanto você se tornou importante pra mim, mais o que importa mesmo é que você saiba que eu to aqui e não vou sair! Um dia todas as pessoas acordam com olhos diferentes e passam a enxergar o mundo com os mesmos, e eu só espero que eles não enxerguem tarde demais. Eu sempre disse que o tempo é o melhor remédio, e que um dia a vida vai te mostrar uma resposta, e eu só costumo acreditar nisso pra ainda parecer ter esperanças de que no fim tudo vai dar certo, e que se não deu certo ainda é porque não chegou ao fim, mais nem sempre é assim. Às vezes temos que perder pra dar valor, ver pra acreditar e machucar pra aprender a cuidar. E um dia, eles vão perder e aprender muito ainda. Aprender que existe uma enorme diferença entre cuidar de uma pessoa e cuidar da vida dela. Eu te amo e nunca vou sair do seu lado, nem quando todas as paredes desabarem, e até o chão tremer sobre os seus pés! Eu vou estar aqui, com minhas ferramentas e o meu coração, pronta pra te ajudar, sempre!

Abraços, de sua amiga S.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

 
A.
 
Ok, eu sei que tinha dito que aquela seria a última carta, mais tudo muda quando as ideias mudam. Bom, não sei exatamente porque estou escrevendo, talvez porque na última carta eu estava decidida a dar um fim a tudo e nada terminou. Alias, eu acho que isso ainda vai demorar terminar. E isso é ruim. Não por não ter fim, eu não quero que tenha, mais por também não ter nada além de uma história incompleta e mal resolvida. Ruim, por saber que vou continuar me machucando mesmo tendo consciência disso. Ruim, por saber que nunca vai passar de mais um caso estranho e mal acabado. Ruim por ter que sorrir me contentando com simples beijos apressados mesmo que minha alma chore por nunca haver nada além disso. Beijos, que qualquer uma poderia te dar. Ruim, porque dói saber que eu poderia te fazer feliz e por não saber ao certo o motivo de nunca termos ficado juntos. Ou talvez eu saiba. Já brigamos tanto, falamos tantas coisas e mesmo apesar de tudo ainda continuamos do mesmo jeito. Na mesma história confusa e mal resolvida. Muitas vezes me pergunto até quando ficaremos assim. Só espero do fundo do meu coração machucado que o motivo de tudo não seja medo. Porque na verdade sempre vamos nos machucar, só dói menos saber que pelo menos tentamos viver, e não deixamos passar nenhum dos momentos bons que poderíamos levar, e sempre vão haver alguns momentos bons. Não precisa ser assim, eu não vou te machucar, não vou te fazer sofrer e eu ainda acredito em pra sempre. Talvez não agora, mais se tentarmos poderíamos nos encontrar em um pra sempre perdido carregado pro futuro em meio ao nada da esperança. Esperança. Eu ainda tenho esperança, de que um dia vamos ser felizes juntos, num futuro próximo e incerto que precisamos alcançar lutando.
E eu posso perder meu tempo, meu sono, meu coração e todo o meu amor lutando por você, desde que no fim, ainda haja esperança. Esperança e papeis manchados.
 
Com amor e muito sentimento, S.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A.
Essa é a última carta, a segunda e última carta. Também, eu só tenho mais uma coisa pra falar. Eu não vou falar mal, brigar com você ou mandar você ir pro quinto dos infernos ( mesmo não sendo má idéia ), eu não quero falar sobre você. Eu quero falar de mim, em como eu me sinto, em como eu me sentia. Sei que já falamos que era o fim um milhão de vezes, mais dessa vez, decidi por um ponto final em toda história que eu imaginei por todos esses anos. Estou me sentindo cansada e mesmo que seja difícil, mesmo que machuque e que eu lembre de você todas as noites quando eu me deitar eu quero que saiba que dessa vez acabou. Joguei fora todos os nossos beijos e decidi de uma vez por todas parar de alimentar uma coisa que não teria futuro. Na verdade, só estou escrevendo pra que você saiba que eu nunca vou esquecer os nossos momentos e que mesmo você sendo um patético, idiota, infantil e cachorro eu gostei de você. Como nunca gostei de ninguém antes. E eu espero de verdade que você encontre alguém; alguém maduro o suficiente pra fazer você virar o homem que um dia poderá ser.
Beijos, S.

domingo, 22 de agosto de 2010



A.
Hoje eu chorei por você. Pra falar a verdade, estou chorando por você agora. Não sei muito bem porque, mais todas as lembranças mais fúteis que eu tenho sobre você me vieram a cabeça agora e um sentimento de saudade e arrependimento me tocaram profundamente. Arrependimento de nunca ter dado valor o suficiente quando você me deu chances pra isso e saudade, do tempo em que eu não precisava ouvir sua voz ou ver a janelinha do MSN piscando pra sentir meus dias completos de novo. Saudade do tempo que seu olhar não causava efeito nenhum em mim e seu toque já na fazia mais diferença alguma na forma com que eu enxergava o mundo. Saudade do tempo em que eu tinha falta de sentir sua falta; do tempo em que a única coisa que eu queria era que você ficasse longe e já não importava mais se você ligava ou não. O tempo que todas as coisas que eu via ou ouvia já não importavam e que sua vida já não me interessava nem um pouco.  Saudade do tempo em que eu não lutava pra tentar não pensar em você e que já não me interessava ouvir seu nome. Eu sinto sua falta, mesmo tentando não sentir nada. Não é fácil quando as pessoas falam do que mais dói ouvir. Saudade do tempo em que sua vida já não fazia diferença nenhuma pra mim.
Beijos e saudades, S.
D.
A algumas semanas atrás acordei disposta a esquecer você,  apaguei do meu dia a dia tudo aquilo me fazia lembrar de todos aqueles momentos. Eu estava indo bem, até agora. Tinha me esquecido que não poderia apagar a pessoa que mais me lembrava você, por mais que eu queira, não conseguiria. Não posso apagar todas as pessoas com quem convivo maior parte dos meus dias, porque de alguma maneira, mesmo quando as vir de longe, as lembranças vão voltar como um jato; todas aquelas lembranças que eu luto pra apagar vão passar repetidas vezes pela minha cabeça. Vai ser sempre assim, eu vou lutar pra esquecer e no outro dia quando acordar de manhã ela vai estar lá, com seu cheiro, suas histórias, seus pedaços e as minhas lembranças. Obrigada por ter feito parte da minha vida de alguma maneira, mais estou colocando nesse envelope toda a alegria que se multiplicou em um grande nada que você me fez sentir; todas as suas promessas e toda a certeza que eu devia ter tido de nunca poder esperar nada de você.
Com ressentimentos, S.